quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Fórum da Mackenzie


IMPACTOS NA FORMAÇÃO DE ALUNOS NA ESCOLA

A escola seria um lugar magnífico se tivéssemos somente alunos interessados, compenetrados, pesquisadores natos, calmos, admiradores do conhecimento, alunos comprometidos com a cidadania, com o futuro da humanidade, o que seria o ideal de perfeição para a sociedade. Todavia, vivemos em um universo em que os valores das últimas décadas formam um bolo de comportamentos rolando como bola de neve em ritmo desenfreado e sem rumo, em forma de espectros. Não sabemos o final da linha de chegada, sabemos que devemos caminhar, ensinar, acreditar .

Nesse intuito de ensinar, podemos gerar conflitos entre  alunos e professores, uma vez que o valor agregado à ética, muda no espaço e no tempo, bem como os valores de amizade, namoro, casamento, família e religião. A realidade do aluno pode  ser diversificada da realidade do professor a ponto de não se encontrar um ponto em comum para formar um amálgama, um liame para se dar o início da aprendizagem, ou de uma relação propícia para a formação. Os conceitos sociais, na atualidade, no bolo de comportamentos, muitas vezes ofuscam os valores das instituições de ensino, pois estas passam, cultivam seus valores e tentam perpetuá-los sempre. Entretanto, as tecnologias, o modo de viver fora de tais instituições projetam suas forças de modo a trazer o caos para elas: descrédito nas instituições de forma generalizada,alguns alunos chegam à escola alcoolizados,  drogados, agressivos, alguns são traficantes, desinteressados.... Essa força é tão forte que geralmente interfere na aprendizagem dos alunos interessados, chegando a desestimulá-los ou  desistir de ser um aluno comprometido com a aprendizagem.

Em vista desse panorama, podemos dizer que o impacto se torna, às vezes, a opção, a técnica para o despertar de um aluno para um determinado assunto, pois as transformações  dos seres humanos são causadas por tomadas de consciência, as quais nem sempre vem de uma aprendizagem calma, tranquila, pela admiração ou gosto, mas sim de impactos, sustos, espantos, incômodos.

Durante o ano de 2013, o grupo do PIBID do Mackenzie da área de Letras contribuiu para esse despertar na Escola Estadual Caetano de Campos, e eu como supervisora, pude observar alguns efeitos, principalmente em relação ao grupo que trabalhou em classe comigo a produção textual .Foi proposto aos alunos de sétimos anos, sextas  séries,  a confecção de uma notícia escrita a respeito da morte de Olívia, personagem do livro “Olhai os lírios do Campo”, de Érico Veríssimo. Nem todos os alunos fizeram-na, mas aqueles que aceitaram a proposta leram-na a seguir para a classe. Vale lembrar que o desfecho de morte de Olívia teve um final e contexto diferente nos trabalhos apresentados, pois até naquele momento, sabia-se que ela havia morrido, mas não era de conhecimento dos leitores a causa da morte, somente que ela não sobreviveu  à uma cirurgia.

           

A escola passou por duas fases de avaliação  governamental e aproveitamos para verificar a capacidade leitora dos alunos.

           

      Em relação ao item notícia trabalhado por e pelo grupo do PIBID,observamos que os alunos dos sétimos anos aprenderam a identificar o gênero notícia, sabem encontrar o título, o lide, o tema, os fatos e,  o local de acontecimentos com grande êxito. Eles têm a habilidade e capacidade leitora do gênero notícia, todavia no momento da réplica, foram poucos aqueles que  conseguiram empregar as características, os elementos organizacionais da notícia. A maioria dos alunos  utilizaram o tema corretamente, entretanto alguns se esqueceram do título, apenas um fez o lide, poucos deles começaram com o verbo no presente e deixaram os fatos na atualidade, porque conhecem mais a estrutura do conto que da notícia.

      Além disso, na relação com o texto escrito, assumiram o papel da reescrita do texto “A velha contrabandista”, de Sergio Porto , Stanislaw Ponte Preta. Alguns elaboraram resumos, outros reescreveram a mesma história, introduzindo diálogos, outros deixaram o texto longo, ou mudaram o desfecho, o que seria uma estilização do autor. Neste caso, o  aluno procurou estilizar o autor, elaborar o seu texto, mas não atingiu a capacidade leitora do fazer notícia. Foram poucos os alunos que  mostraram uma ampla noção da norma culta, uma vez que copiaram palavras do texto original e reproduziram de maneira ortográfica diferente , por exemplo, a palavra velha foi escrita vela , velinha, velia. Nota-se que eles não se apropriaram do som /lh/ som que apareceu em línguas neolatinas com o processo de evolução das línguas,mas inexistente nas falas caipiras, preservadas da língua, antes de sua modernização . Ainda há muitas discordâncias gramaticais verbais e nominais. A coesão e a coerência foram prejudicadas no que tange à clareza dos textos e liames, ligações das palavras e pensamentos na produção textual. Os parágrafos não foram bem distribuídos, nem bem coesos.

      Em suma, os alunos, produtores de seus textos, manifestaram no nível discursivo a práxis individual e social. À medida que se escolarizam  se apropriam de um discurso mais próximo  do nível padrão. Suas falas e escritas transitam nos diversos níveis de aprendizado escolar.

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Olhai os lírios do campo- Érico Verissimo


 

Profª Drª Vera Lúcia Grando

 
Os falares educacionais percorrem eixos diacrônicos e sincrônicos da fala, pensamentos de esquerda, de direita, teorias iluministas, marxistas, behavioristas, piagetianas, freudianas, de Darwin, de Vygotsky, de Skinner, de Chomsky, Roxane Rojo, Joaquim Dolz, Bahktin dentre  muitos outros. Despertam adversidades, estabelecem amálgamas, tentativas de  rupturas com um passado educacional, mas ao mesmo tempo há retomadas de teorias e comportamentos.

Mediante um espectro de metodologias, ainda profissionais da Educação caminham por labirintos em relação à questão de ensino-aprendizagem. Nela, tudo é medido, mensurado, mas os resultados sempre colocados na mídia, em especial, no Brasil,  mostram-se aquém do esperado pelo sistema mundial, pois índices apontam qualidade baixa de ensino.

 Os professores, educadores, pesquisadores, visando a um novo cenário educacional no Brasil, buscam  novas tecnologias e alternativas , tentam novas maneiras e olhares para a práxis educacional. Para isso, além de cursarem programas de pós-graduação, pesquisarem, frequentarem cursos de formação, podem receber bolsas concedidas por Órgãos Governamentais, bem como de Fundações e Institutos Privados.

 A Universidade Presbiteriana Mackenzie faz parte do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência- PIBID, oferecido pela CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e fez parceria com a EE Caetano de Campos- Aclimação, localizada em São Paulo, para estabelecer um local para seus alunos bolsistas do PIBID, do Curso de Letras da Mackenzie, desenvolverem atividades educacionais com o intuito de colaborar com o ensino-aprendizagem na Caetano de Campos, na área de Língua Portuguesa.

A Escola Caetano de Campos é a antiga  Escola Normal Caetano de Campos fundada inicialmente em 16 de março de 1846  e funcionava no prédio anexo à Catedral da Sé velha . Foi transferida para a Praça da República para o edifício projetado por Antônio Francisco de Paula Sousa e Ramos de Azevedo inaugurado em 1894 onde atualmente está instalada a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. A escola ao sair desse edifício, em 1978 foi transferida para o bairro da Aclimação, em uma edificação moderna, situada no antigo terreno e prédio da Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo.

Atualmente, a escola em sua proposta pedagógica  fundamenta-se na lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional- LDB 9.394/96, na Constituição Brasileira, no Estatuto da Criança e do Adolescente, no disposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais- PCN e no Currículo da Secretaria de Estado de Educação . Seu quadro de estudantes se alterou, pois não são mais  normalistas a estudar e levar o conhecimento para o restante do Brasil, mas um lugar ocupado e vivenciado por alunos, cerca de 1800, da capital e provenientes de várias regiões do Brasil, em particular,  do nordeste. Trazem cada um em seu bojo, as marcas da linguagem que os distinguem, quer pela renda da classe média àquela ao limite da miséria, quer pela fala em que se notam as diversidades de experiências sociais, do conhecimento e língua falada e escrita.

 

Leitura de Livro na Escola

 

Pensando na diversidade cultural, a professora Vera Lúcia Grando  sentiu a necessidade de desenvolver um trabalho, o qual englobasse leitura e escrita com o objetivo de ampliar a competência da capacidade de leitura de mundo de seus alunos e oferecer-lhes algumas técnicas e aperfeiçoamento de habilidades  para que se tornem leitores e protagonistas e que possam exercer sua cidadania . Pesquisou na Sala de Leitura da escola a oferta de títulos. Dentre eles havia um livro apenas que possuía exemplares o suficiente para duas classes “Olhai Os Lírios do Campo”, de Érico Veríssimo. Este livro também foi recomendado pela coordenadora da época Lielza  Letechebere, uma vez que nele há  o gênero textual “memória” e o livro relata as memórias do personagem  Eugênio, quando se encontrava na fase adulta.. Esse gênero é apresentado no caderno do aluno do 7º ano, 6 série, V.1, fato que favoreceu a escolha do livro.

Os exemplares  foram distribuídos para  duas classes em que a Professora Vera leciona, 6ª A  do curso matutino e 6ª C do curso vespertino. A sexta série C contou com a colaboração de alguns alunos do Curso de Letras,  da Universidade Mackenzie, uma vez na semana, em uma aula: Camila Nogueira, Camila Concato, Palloma Dos Santos , Rodrigo Sillhos.

Logo nos primeiros dias de aula do primeiro bimestre, foram distribuídos os exemplares para os alunos. Os alunos ficaram contentes com a iniciativa de leitura de livro em classe.

A professora Vera, seguindo a visão de Roxane Rojo entre outros, no que concerne à capacidade de leitura e às técnicas de abordagens ,   começou fazendo a ativação de conhecimento de mundo por meio da análise dos elementos paratextuais da capa,contracapa,folha de rosto, uma checagem de conhecimentos prévios acerca do título e dos desenhos contidos nele, perguntando-lhes  que pistas a capa/suporte dava para o conhecimento   do gênero que seria estudado. Muitos alunos responderam às perguntas dizendo que talvez se tratasse de uma história que retratava  personagens do campo, mais precisamente de uma história de amor.

Fizemos a leitura compartilhada dos prefácios, um de Flávio Loureiro Chaves, Doutor em Letras, e outro do próprio autor Érico Veríssimo, escrito em 1966 e investigamos se eles já conheciam o autor e se haviam lido algum título apresentado nos prefácios, ao que responderam que o sobrenome não era estranho e que não tinham lido sequer um título ali  mencionados .

Começamos a leitura compartilhada do livro por fruição. Cada um lia um parágrafo. Inicialmente, os alunos reclamaram do vocabulário e da dificuldade de ler as palavras, mas entenderam  que se tratava de um livro de memórias. Depois de três semanas, passamos a deixar a leitura a critério do aluno, o qual  lia o quanto quisesse. Alguns alunos queriam ler duas, três páginas e outros apenas um parágrafo. A seguir, passamos a ler uma página para cada aluno, determinando a leitura pelo número de chamada de modo que aquele que quisesse treinar a leitura em casa poderia se preparar mais para ler em classe. Por fim, cada um lia  uma página sem ter que determinar antecipadamente. Notou-se uma melhora sensível e gradativa. Não terminamos de ler o livro em classe. A sexta-série A está um pouco mais adiantada, pois de um total de 285 páginas foram lidas 221 páginas enquanto na sexta-série C   foram lidas 146 páginas ao longo do primeiro semestre.

            A professora titular Vera Lucia, trabalhou  filmes para que os alunos pudessem compará-los com o livro aproveitando para fazer as capacidades de leitura em relação à localização de informações, elementos da narrativa, às comparações de informações, vivências semelhantes ou diferentes por parte dos alunos, às generalizações, impressões e síntese do texto, às inferências locais, análise semântica e levantamento de dados, estudo da língua, às percepções de relações de intertextualidade e interdiscursividade, partes ou palavras do texto e, produção de textos e intertextualidade.

Narradores de Javé, dirigido por Eliane Caffé  apresenta relatos, memórias. Os alunos perceberam essa intersecção com o livro que traz memórias da personagem Eugênio, além de de ser um tópico do caderno de aluno, 7º ano, v.1 a ser estudado. Vejamos abaixo um exercício de compreensão trabalhado em classe e postado no blog da escola www.aposaaula.blogspot.com .

 

Exercícios elaborados pela Profª Vera Lúcia Grando

1- O livro de ´´Erico Veríssimo é uma narração:
(  ) de fadas.
(  ) de contos maravilhosos.
(  ) de ficção cinetífica.
(x) de memória.

2- Justifique a sua resposta:
R-O narrador narra a história e ao mesmo tempo deixa  a memória e os  pensamentos  do personagem Eugênio fluírem .

3- Cite o que você sabe sobre Eugênio até a presente leitura.

a) Criança: Provém de uma família pobre e tinha muita vergonha de suas vestimentas e famíllia. Sempre teve complexo de inferioridade, entretanto era muito inteligente e estudioso.

b) Adulto: Eugênio é de origem pobre, porém se casou com uma moça rica, Eunice. Estudou Medicina. Amava Olívia desde o tempo da faculdade. Teve uma filha com Olívia, dado que ficou sabendo após o seu casamento por interesse. Está a caminho do Hospital, pois foi chamado urgentemente,pois Olívia estava prestes a  morrer.

4-Em qual pessoa está a voz do narrador?

R- Em 3ª pessoa .

5- O narrador é:
a-(x) onisciente - tudo sabe e comenta.
b-( ) personagem - conta e participa.
c-( )observador- só narra.

Narradores de Javé X Olhai os lírios do campo

material preparado pela profª Vera Lúcia Grando



1-  Leia a página 7 da postila v.1 ,7º ano, o item " Para saber mais".A seguir, comente se gostou do filme Narradores de Javé, dirigido por Eliane Caffé.Justifique sua opção.

R. Resposta Pessoal

2- O narrador do filme é:

(x) Personagem, pois conta e participa da história.
( )Observador, porque apenas conta a história.
( )Onisciente, porque conta e julga as personagens.

3-Aponte sobre os narradores do filme e do livro "Olhai os lírios do campo":

a- Semelhanças: Os dois contam fatos ocorridos dentro de um determinado contexto , espaço, tempo.
b- Diferenças: No livro, o narrador está em 3ª pessoa, é onisciente, pois sabe tudo a respeito de seus personagens. Podem-se confundir os relatos de 1ª pessoa da personagem Eugênio com o narrador, uma vez que é dada a voz para a personagem falar.
No filme, o narrador fez parte do enredo do filme.

4- Citem expressões que ouviram ou leram:

a- No filme: resposta pessoal ( Não sou pokemon de Jesus)
b- no livro: resposta pessoal ( carça furada no fiofó)

5-Se você estivesse no lugar daquele povo de Javé, o que faria?

Resposta Pessoal.

6- Como era o local, ambiente de Javé?
a- Pessoas:simples, mal cuidadas, religiosos, apegados ao local,
b- Roupas: feitas por costureiras locais, simples, até rotas.
c-Classe social: baixa.
d- Linguagem:Falar baiano, coloquial, com baixo calão empregado de quando em quando,a maioria das pessoas era analfabeta.
e- Ruas: falta de infraestrutura, sem asfalto, esgoto.
f- Clima : quente, tropical.
g- Hidrografia: Margeava  um grande rio que serviu de estação de barragem para a Usina Elétrica. Afundou Javé.

 

O segundo filme apresentado foi O Menino do Pijama Listrado, dirigido por Mark Herman deu aos alunos a noção do que foi o nazismo e quem era o Kaiser temido pela personagem Eugênio. Veja abaixo:


Após  de assistir ao filme "O Menino do Pijama Listrado", comente como a 2ª Guerra Mundial influenciou, transformou, modificou a vida de cada menino abaixo:

1- No filme O Menino do Pijama Listrado:

a-  Bruno:


b- Schmuel:

2- No livro Olhai os lírios do campo:

Eugênio:


3-De qual garoto você mais gostou? Por quê?

4- Escolha um dos garotos e aponte o que poderia ser feito para solucionar os problemas da vida dele.

Proposta elaborada pela Profª  Vera Lúcia Grando

 

O terceiro passado aos alunos foram, A Vida é Bela , de Roberto Benigni,complementou o filme anterior de Mark Herman, O Menino de Pijama Listrado e acrescentou a noção de fascismo.


I-Compare os dois filmes que você assistiu " O Menino do Pijama listrado e A Vida é Bella.

a- De qual filme você mais gostou? Por quê?
b- Os temas tratados nos filmes apresentam diferenças?Quais?
c-Os temas tratados nos filmes apresentam semelhanças ?Quais?
d- Qual era a raça que Hitler ( Kaiser na Alemanha) e Mussolini (Dulce- na Itália) queriam exterminar da face da Terra?
e- E qual era a raça que eles defendiam como pura?

II- No livro "Olhai os lírios do Campo", quem defende o nazismo de Hitler e o fascismo de Mussolini? (P. 157 a 166/ 188 a 202)

 

III- Você concorda com esses ideais? Por quê?

IV- O que os meninos Schmuel e Giosué tinham em comum?

V- O que os meninos Schumuel , Giosué e Bruno tinham em relação à Guerra.

MATERIAL ELABORADO PELA  PROFª VERA LÚCIA GRANDO

 

O quarto vídeo apresentado aos alunos foi o  Documentário 1932, sobre MMDC e a Revolução Constitucionalista, material produzido pela SE, que permitiu uma introdução sobre Getúlio Vargas. Não tivemos tempo elaborar exercícios sobre o documentário, pois já nos encontrávamos na última semana de junho e as férias interromperam o nosso trabalho.

Além dos filmes, a professora  Vera fez pesquisas e   um paralelo sobre nazismo, fascismo, stalinismo, racismo para que os alunos entendessem esses pontos abordados no livro pelas personagens  e tivessem mais clareza sobre o contexto de produção do livro.

Também foi feito um levantamento de cinquenta palavras desconhecidas pelo grupo de alunos , uma média de seis grupos por classe, encontradas no livro. Os alunos gostaram muito dessa atividade. Outra atividade desenvolvida em classe foi a elaboração de trinta perguntas com respostas, um  trabalho em dupla. Notamos  nessa atividade que apenas quatro alunos não souberam fazer perguntas coerentes e responder de modo coerente.

Na volta, em agosto, na primeira semana, fizemos um jogo em classe. Dividimos as classes em grupos e cada grupo diria se o fato apresentado, referente à personagem Eugênio, pertencia à sua infância, à sua adolescência, ao período da faculdade ou á fase de adulta-médico. Nesse jogo os alunos puderam testar a memória individual e em grupo. De vinte perguntas apenas um grupo atingiu dez acertos (6ª A) os demais oito ( 6 A), seis (6C), cinco (6 A e 6C), quatro (6 A e 6 C), três ( 6 C).  Ressalva-se  ainda que não terminamos a leitura do livro.

            Professores  bolsistas do PIBID  desenvolveram  várias atividades em classe, 6C, as quais  contribuíram não só com o desenvolvimento de itens do caderno do aluno como também com a interpretação do livro : “Olhai os lírios do Campo”, de Érico Veríssimo . Iniciaram em classe com a releitura do primeiro capítulo do livro. Na semana seguinte fizeram uma revisão sobre o que é notícia , sua estrutura, abrangendo os seus vários segmentos e canais de comunicação e passaram alguns exercícios que foram corrigidos e entregues na semana seguinte.

            Em outro momento, propuseram a confecção de uma notícia escrita a respeito da morte de Olívia, personagem do livro. Nem todos os alunos fizeram, mas aqueles que aceitaram a proposta leram a seguir para a classe. Vale lembrar que o desfecho de morte de Olívia teve um final e contexto diferente nos trabalhos apresentados, pois até naquele momento, sabia-se que ela havia morrido, mas não era de conhecimento dos leitores a causa da morte, somente que ela não sobreviveu  à uma cirurgia. Esta tarefa também foi feita na 6ª A com a orientação da Professora Vera.

            Os alunos recortaram cartazes e pintaram seus microfones para o trabalho seguinte. Elaboraram uma entrevista para fazê-la ao vivo, seus entrevistados foram amigos, médicos, pais. Durante a apresentação alguns trabalhos foram filmados com as  devidas autorizações documentadas dos pais de alunos. A filmagem  ainda não foi apresentada à escola pelos bolsistas. Lembra-se que este conteúdo também faz parte do caderno do aluno , 7º ano. Vale dizer, que a 6{ série A também trabalhou a entrevista, porém não foram feitas as filmagens.

Depois das atividades mencionadas, trabalharam os gêneros música e poesia para Margaret, personagem do livro. Os alunos fizeram , leram , cantaram . por fim houve uma confecção de cartazes com fotos dos alunos trabalhando em classe , e um cartaz  representou o  bullying que Genoca sofreu na escola.

Foi também elaborada uma entrevista pela professora, na qual o aluno deveria entrevistar os pais ou alguém responsável por ele a respeito do aborto, pois no livro há a personagem Dora que fez aborto e morreu. Alguns  devolveram por escrito as entrevistas que fizeram oralmente .

           A professora também atentou-se para o fato do conhecimento dos alunos, quando trabalhou o texto de Mateus.6 .Notou que os alunos não conheciam a planta “lírio”. Foi quando buscou mudas no viveiro do Ibirapuera e as plantou na horta da escola junto aos alunos. Naquele momento, a professora solicitou que alguns alunos falassem aos demais os seus desejos para as plantas ali plantadas. Poderia ser uma poesia ou um oração também como um pensamento. Alguns se manifestaram, dizendo coisas boas, por exemplo: cresça e fique bonita! Que Deus de forças para crescer!

E nesta semana a professora estabeleceu um debate em classe, no qual o aluno deveria fazer uma escolha entre acusar ou defender a personagem Eugênio. Os alunos escreveram seus argumentos e diante dos colegas de classe tomaram a sua posição. Foram trinta e oito argumentos desfavoráveis à personagem Eugênio e seis favoráveis.

Na última fase do desenvolvimento da leitura, solicitamos a busca de palavras, em que houvesse dígrafos e encontros consonantais, verbos no presente, pretérito perfeito e imperfeito do indicativo.

 Assim terminamos a leitura do livro com a pesquisa de dados e retomada de conteúdos dados no início do ano e anos anteriores e confeccionamos cartazes sobre os itens pesquisados pelos alunos, tais como personagens que compunham a família de Eugênio Fontes ( Ângelo Fontes-pai, Alzira Fontes- mãe, Ernesto Fontes –irmão, Anamaria-filha,Olívia Mirante-amante, Eunice Cintra- esposa, Cintra-sogro);personagens do Columbia College e conhecidos de Eugênio:  Professor Mr. Tearle, Mário, Alcebíades, Acélio Castanho, Tulio Altamira, Isabel, Dora, D. Frida Falk, Hans Falk, Filipe, MC.Hyde, Coronel Tinoco, Simão Kantermann, D. Amélia, Aurora Mendonça, Sr. Dubov, Madame Dubov,Dr. Florismal; personagens médicos do livro: Eugênio, Seixas, Teixeira Tienes, Olívia Miranda,  Candia , Dubov e Jekyll-personagem do livro “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson ;personalidades mencionadas no livro: Cristo, Hitler, Mussolini, Stálin, Diego Riviera ( pintor), Wagner (músico) .Outros cartazes apontavam as características das personagens, por exemplo, Eugênio : o sentimento de inferioridade percorreu durante toda a sua vida, quando criança tinha medo do Kaiser,, foi satirizado pelos colegas, escondeu-se de seu pai no jardim para que ninguém descobrisse que ele era pobre, pois tinha vergonha de seu pai Ângelo e de sua pobreza, na adolescência ficou desapontado e envergonhado, quando um senhor inglês pediu-lhe que cuidasse de seu cachorro, já na faculdade, ignorou seu pai na rua quando estava em companhia de seu amigo rico –Alcebíades, sonhava com Olívia, mas queria ficar rico. Formado, casou-se com Eunice, mas teve amantes e uma filha com Olívia. Das suas paixões o dinheiro esteve sempre em primeiro lugar e Margareth, Eunice, Isabel foram paixões levianas, todavia seu verdadeiro amor foi Olívia, que era humana, médica que defendia a medicina socializada. Teve uma filha com Olívia, Anamaria, sonhadora, feliz, animada.

Os locais do livro também serviram para a realização de cartazes: Rio grande do Sul, Porto Alegre, Megatério, Country Club, fazenda, Edelweis-bar, Edifício Hora, fábrica, Columbia College, Nova Itália, Vila de São Martinho, parque, Hospital, casas de personagens,  citação de Marrocos, França , Rússia, Alemanha e Itália.

Os temas apresentados nos cartazes foram os seguintes: A Medicina deve ser socializada?  Quarenta e sete alunos responderam que sim e dois que não. O que os senhores pensam a respeito de construção de megatérios? O que você acha sobre o bullying?  O que você pensa sobre o aborto? O dinheiro é mais importante que um grande amor? Você concorda com Matheus 6? O que pensa sobre a personagem Eugênio em “Olhai os lírios do campo”?  Em quase todas as respostas comentam-se  a pobreza e o sofrimento de Eugênio e que o autor soube fazê-lo, em apenas uma resposta diz-se  que ele foi fraco. Os alunos gostaram da personagem de Eugênio.É importante notar que na escrita, os alunos defenderam Eugênio, porém no debate, acusaram-no. Isso demonstra que os sentimentos deles pela personagem não ficaram bem definidos.

Em outubro foram apresentados os trabalhos na Mostra Cultural da Caetano de Campos.

Referências

 

MEC. Lei de Diretrizes e Bases- LDB, 1996.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa. Brasília:MEC/SEF,          1998.

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP,2004. Texto apresentado em Congresso realizado em maio de 2004.

SE. Curso de Formação do Estado de São Paulo, 2010.

 SE.Currículo do Estado de São Paulo- Linguagens, Codigos e suas  Tecnologias,2010

SCHNEUWLY, B; DOLZ, J. "Os gêneros escolares – das práticas de linguagem aos objetos de ensino". In: Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado de Letras, 2011, p. 71) 

 

VERÍSSIMO, Érico.Olhai os Lírios do Campo. Companhia das Letras.8ª impressão,205.



 

São Paulo, agosto de 2013.