sábado, 8 de fevereiro de 2014

Memórias Póstumas de Brás Cubas- Pesquisa

Para alunos do Ensino Médio, em especial primeiros anos A,B,C,D.


Pesquisar nomes citados ou fatos históricos no livro de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.


a) Quem foi?
1-Stendhal?
2-Moisés (Bíblia- Pentateuco)
3-Lawrence Sterne
4-Xavier de Maistre
5- Oliver Crowell
6-Ezequias- Bíblia
7-Caim-Bíblia
8-Ninfa- Mitologia Grega
9-Conde de Buffon
10-São Thomás
11-Aquiles - Troia
12-Abraão- Bíblia
13-Pandora- Mitologia
14-William Shakespeare
15- William Wordswarth
16-Comodo - Roma
17-Bismark
18- Cavour
19- Suetônio - Roma
20- Claudio - Roma
21- Messalina - Roma
22- Lucrécia Borges - França
23- Gregorovius - Roma
24- Juventa - Mitologia


B- O que é?


1- Ilisso - Grécia.
2- Confissão de Augsburgo
3-Batalha de Salamina
4- Cidade de Regensburg
5-Cavalo de Aquiles.
6-Asna de Balão.


C- Personagem


1-Hamlet de Shakespeare
2-Ximena - EL CID - Pierre Corneille
3- Rodrigo-  El CID-   idem.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Iara- Ordem Alfabética

Leia a lenda da postagem anterior sobre a Iara  e a seguir coloque em ordem alfabética o vocabulário ali apresentado.




De : Profª Vera Lúcia
Para : Alunos das sextas séries A e B- sétimos anos.

A Lenda da Iara




A Lenda da Iara


Deitada sobre a branca areia de igarapé, brincando com os matupiris, que lhe passam sobre o corpo meio oculto pela corrente que se dirige para o igapó, uma linda tapuia canta à sombra dos jauaris, sacudindo os longos e negros cabelos, tão negros quanto seus grandes olhos.
As flores liláses do mumuré formam uma grinalda sobre sua fonde que faz sobressair o sorriso provocador que ondula os lábios finos e rosados.
Canta, cantando o exílio, que os ecos repetem pela floresta, e que, quando chega a noite, ressoam nas águas do gigante dos rios.
Cai a noite, as rosas e os jasmins saem dos cornos dourados e se espalham pelo horizonte, e ela canta e canta sempre; porém o moço tapuio que passa não se anima a procurar a fonte do igarapé.
Ela canta e ele ouve; porém, comovido, foge repetindo: - “É bela, porém é a morte... é a Iara”.
Uma vez a piracema arrastou-o para longe, a noite o surpreendeu... o lago é grande, os igarapés se cruzam, ele os segue, ora manejando o apucuitaua com uma mão firme, ora impelindo a montaria, apoiando-se nos troncos das árvores, e assim atravessa a floresta, o igapó e o murizal.
De repente um canto o surpreende, uma cabeça sai fora d'água, seu sorriso e sua beleza o ofuscam, ele a contempla, deixa cair o iacumá, e esquece assim também o tejupar; não presta atenção senão ao bater de seu coração, e engolfado em seus pensamentos, deixa a montaria ir de bubuia, não despertando senão quando sentiu sobre a fonte a brisa fresca do Amazonas.
Despertou muito tarde, a tristeza apoderou-se da sua alegria, o tejupar faz seu martírio, a família é uma opressão, as águas, só as águas, o chamam, só a solidão dos igarapés o encanta.
“Iara hu picicana!” Foi pegado pela Iara. Todos os dias, quando a aurora com suas vestes roçagantes percorre o nascente, saudada pelos iapis que cantam nas samaumeiras, encontra sempre uma montaria com a sua vela escura tinta de muruchi, que se dirige para o igarapé, conduzindo o pescador tapuio desejoso de ouvir o canto do aracuã. Para passar o tempo procura o boiadouro de iurará, porém a sararaca lhe cai da mão e o muirapara se encosta. As horas passam-se entregue aos seus pensares, enquanto a montaria vai de bubuia.
O acarequissaua está branco, porém o aracuã ainda não cantou. A tristeza desaparece; a alegria volta, porque o Sol já se encobre atrás das embaubeiras da longínqua margem do Amazonas; é a hora da Iara.
Vai remando docemente; a capiuara que sai da canarana o sobressalta; a jaçanã que voa do periantã lhe dá esperanças, que o pirarucu que sobrenada o engana.
De repente um canto o perturba; é a Iara que se queixa da frieza do tapuio.
Deixa cair o remo; Iara apareceu-lhe encantadora como nunca o esteve.
O coração salta-lhe no peito, porém a recomendação de sua mãe veio-lhe à memória: “Taíra não te deixes seduzir pela Iara, foge de seus braços, ela é munusaua”.
O aracuã não cantava mais, e do fundo da floresta saía a risada estrídula do jurutaí.
A noite cobre o espaço, e mais triste do que nunca volta o tapuio em luta com o coração e com os conselhos maternos.
Assim passam-se os dias, já fugindo dos amigos e deixando a pesca em abandono.
Uma vez viram descer uma montaria de bubuia pelo Amazonas, solitária porque o pirassara tinha-se deixado seduzir pelos cantos da Iara.
Mais tarde apareceu num matupá um teonguera, tendo nos lábios sinais recentes dos beijos da Iara.
Estavam dilacerados pelos dentes das piranhas.







Achei por bem acrescentar um pequeno vocabulário que está disponível em minha edição do livro, reeditei o que achei necessário para melhor compreensão.

VOCABULÁRIO:


IARA: significa mãe d'água, senhora d'água; de "i"= água e "ara"= senhora.
IGARAPÉ: Braço de rio que penetra no interior das terras, podendo apresentar condições de navegabilidade, ou então originar-se de veios de nascentes em determinados pontos.
MATUPIRIS: peixinhos que andam em bandos pelas margens dos rios.
IGAPÓ: Floresta alagada.
JAUARIS: Palmeiras.
MURURÉ: Pontederia, conhecida também por dama-do-lago. Denominação amazonensede várias ninfáceas e silvináceas.
GIGANTE DOS RIOS: É o rio Amazonas.
PIRACEMA: Cardume de peixes quando sobe os igarapés para desovar.
APUCUITAUA: O mesmo que Iapucuiatá, remo, segundo Stradelli.
MONTARIA: Embarcação de tamanho variado e típica na Amazônia.
MUZIRAL: Aglomeração de muris, gramínia aquática muito encontradiça nos rios amazônicos.
IACUMÁ: Remo, jacumã.
TEJUPAR: Palhoça.
IAPIS: Pássaros.
MURICHI: Malpighiácia, também Muruxi.
IR DE BUBUIA: Deslizar na correnteza, sem o impulso da jacumã, ao sabor das águas, descendo.
BOIADOURO: Palavra brasileira que indica o lugar em que boiam as tartarugas.
IURARÁ: Iururá, tartaruga fêmea.
SARARACA: Flecha de pescar tartaruga.
MUIRAPARA: Arco.
ACAREQUISSAUA: Akarequissaua: "akaré"= graça, "quissaua"= rede, dormitório. Dormitório de garças.
CAPIUARA: Cecrópia, capivara, comedor de capim aquático.
CANARANA: Gramíneas.
JAÇANÃ: Parra jacana, pequena ave pernalta, comum no norte e nordeste brasileiro.
PERIANTÃ: "Peri"= junco, "antã"= duro. Pequenas ilhas formadas por gramídeas, paus, argamassas com argila, que se destacam das margens e descem pelo Amazônas.
PIRARUCU: "Pirá"= peixe, "urucu"= vermelho.
TAÍRA: Filho.
MUNUSAUA: Morte.
JURUTAÍ: "Iurú"= boca, "tuí"= grande, escancarada. Pássaro.
PIRASSARA: Pescador.
MATUPÁ: É o periantã ligado ainda a margem do rio.
TEONGUERA: Cadáver.


  Postagem Relacionada:







    1. Realmente a cultura nacional vem sendo pouco valorizada a bastante tempo, espero poder reproduzir aqui mais algumas lendas.

      Acho bastante interessante fazer uma crítica bem medida a respeito.

      Um grande abraço, estarei sempre "dando uma voltinha" no "RELICÁRIO DE IDEIAS". :D
      Excluir