PROJETO DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO: ENSINO MÉDIO
Profª Drª Vera Lúcia Grando
OBJETIVOS: Fazer leitura interdisciplinar do livro de Manuel Antonio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias,em que sejam contempladas as várias realidades sociais de um período histórico comparadas às atuais.
SUJEITOS: Alunos do Ensino Médio da Escola Caetano de Campos- Aclimação, das 1ªs séries A,D,F,G e das 2ªs séries D,E,F.
METODOLOGIA: Foram distribuídos um livro para cada aluno em abril/maio de 2010 para que o lessem em um primeiro momento. A seguir serão distribuídos temas a serem pesquisados a partir de junho/julho pelos alunos com a orientação da professora Vera Lúcia Grando,de Língua Portuguesa , que visa à adesão de colegas de outras disciplinas , coordenação,diretoria e comunidade. O final do trabalho deverá culminar com a mostra cultural da escola em 2010.
RESULTADOS: Integração de grupos diversos, de classes , professores e comunidade; interação humana ; aquisição de conhecimentos variados; consciência de facetas setorias desconhecidas e aplicáveis; inovação na maneira de manusear o texto literário.
TEMAS DE PESQUISA : UM POR CLASSE.
Data de entrega : 30/09/2010
1-NOME DO AUTOR DO LIVRO:
Classe: 1º F
Nome completo do participante:
1.1- Local de Nascimento:
1.2- Data de Nascimento:
1.3- Local de Morte:
1.4- Data da Morte:
1.5- Características Físicas:
1.6- Características Psicológicas/Comportamentais:
1.7- Atuação Profissional:
1.8- Obras publicadas:
1.9- Vida Familiar:
1.10- Vida Social:
1.11- Fatos que ocorreram no Rio de Janeiro desde o seu nascimento até a sua morte e fatos da atualidade no Rio:
1.12- Fatos que ocorreram no Brasil desde o seu nascimento até a sua morte e os fatos atuais no Brasil:
1.13- Fatos que ocorreram no Mundo desde o seu nascimento até a sua morte e fatos do mundo:
1.14- Alunos que encabeçam os grupos:
1.14.1- Gustavo (de 1 a 1.5)
1.14.2- Ione ( de 1.6 a 1.10)
1.14.3-Vitória ( 1.11)
1.14.4-Renato ( 1.12)
2-Livro Memórias de um Sargento de Milícias.
Classe: 1º G
Nome completo do participante:
2.1 –Número de capítulos:
2.2- Local em que foi publicado pela primeira vez:
2.3-Editora da primeira publicação:
2.4-Ano da primeira publicação:
2-5- Número de edições do livro até 2010:
2-6- Tiragens do livro até 2010:
2.7- Escola Literária a que pertence o romance .
2.8- Alunos que encabeçam os grupos:
2.8.1- Naama ( de 2.1 a 2.3)
2.8.2- Irenice ( de 2.4 a 2.6)
2.8.3- Ana Paula ( 2.7)
3- Estrutura Narrativa do livro:
Classe:2ºE
Nome completo de participante:
3.1-Personagens principais:
3.2- Personagens secundários:
3.3- Lugar(es) onde ocorrem os fatos:
3.4- Tempo cronológico da narrativa/exemplifique:
3.5-Tempo psicológico da narrativa/exemplifique:
3.6-Tempo cronológico entre ações/exemplifique:
3.7 -Voz do narrador/exemplifique( personagem/observador/onisciente):
3.8-Tipos de discurso/exemplifique(direto/indireto/indireto-livre):
3.9-Aquisição e perdas de objetos, posses, sentimentos entre as ações.Cite os trechos.
3.10-Resumo do Enredo:
3.11-Divisão de grupos:
3.11.1-Tamires- 3.1/3.2
3.11.2- Mariane- 3.3/3.4
3.11.3- Roger- 3.5/3.6
3.11.4- Mayra- 3.7/3.8
3.11.5-Angélica- 3.9/3.10
4- Descrição de Personagens:
Classe:2º F
Nome completo de participante:
4.1- Leonardo Pataca jovem :
4.1.1- Leonardo Pataca velho:
4.2- Maria Regalada jovem:
4.2.1 Maria Regalada velha:
4.3-Leonardo filho de Leonardo Pataca e Maria- Menino:
4.3.1- Leonardo filho-moço:
4.3.2- Leonardo filho adulto.
4.4- Luisinha:
4.5- Vidinha:
4.6-major Vidigal:
4.7- Padrinho de Leonardo filho:
4.8-Aquisição e perdas de características físicas e psicológicas ao longo da narrativa.
4.9- Semelhanças e diferenças entre as personagens Macunaíma, de Mário de Andrade e Leonardo em Memórias de um Sargento de Milícias):
4.10- Divisão de grupos:
4-10.1- Felipe- 4.1/4.1.1/4.2
4.10.2- Stefany - 4.2.1/4.3/4.3.1
4.10.3-Patrícia- 4.3.2
4.10.4-Mirianci-4.4/4.6
4.10.5- Fernando-4.5
4.10.6- Odimar-4.7
4.10.7- Danilo- 4.8
4.10.8-Dayme- 4.9
5-Descrição da linguagem do livro:
Classe 1ºA
Nome completo do participante:
5.1 – Situações diatópicas de falas de personagens que apontem se são urbanas ou rurais/exemplifique:
5.2- Situações diastráticas ( sócio-culturais) das falas de personagens/exemplifique abaixo:
5.2.1-Faixa etária:
5.2.1.1- Criança (masculino e feminino):
5.2.1.2-Adolescente/jovem(masculino e feminino):
5.2.1.3-Adulto (masculino e feminino):
5.2.1.4-Velho(masculino e feminino):
5.2.2-Nível de instrução:
5.2.2.1-Analfabeto:
5.2.2.2- Pouca instrução:
5.2.2.3-Fundamental:
5.2.2.4-Médio:
5.2.2.5-Superior:
5.2.3-Nível de linguagem:
5.2.3.1- Erudito( muito culto):
5.2.3.2-Culto (segue as normas da NGB/ABNT):
5.2.3.3-Comum (culto, porém com alguns desvios)
5.2.3.4-Coloquial ( muitos desvios gramaticais em relação à NGB)
5.2.3.5-Baixo-calão: (gírias,palavrões):
5.2.4-Setorial ( palavras específicas de uma área):
5.2.4.1-Cais:
5.2.4.2-Casa:
5.2.4.3-Policial:
5.2.4.4-Ciganos:
5.2.4.5-Barbearia:
5.3- Manipulação da linguagem ( induz,seduz, impõe ou tenta o outro a fazer/aceitar/acreditar algo):
5.3.1-Indução :
5.3.2-Sedução:
5.3.3-Imposição:
5.3.4-Tentação:
5.4-Características do estilo de época encontradas nos trechos do romance.(exaltação da natureza,dos símbolos nacionais, da pátria, herói, heroína, ultra-romantismo, visão condoreira,liberdade, nacionalismo,culto ao amor, à morte, saudades etc...)
5.5. Alunos responsáveis pelos grupos:
5.5.1- Marcos (de 5.1 a 5.2.1.3)
5.5.2- Bruna (de 5.2.1.4 a 5.2.2.5)
5.5.3- Juliana (de 5.2.3.1 a 5.2.3.5)
5.5.4- Leonardo (de 5.2.4.1 a 5.2.4.5)
5.5.5-Lais (de 5.3.1 a 5.3.4)
5.5.6- Nailson (5.4)
6-Entrevista sobre o livro no Parque da Aclimação:
Classe:1º D
Nome completo do participante:
6.1-Entrevistar no mínimo dez pessoas que estejam no Parque da Aclimação.
6.2-Utilizar caneta, papel se a entrevista for feita sem recursos de filmagens.Anotar exatamente a resposta que o entrevistado deu. Transcrever no computador e enviar para a professora ou entregar um cd registrado com todas as entrevistas.
6.3-Se a entrevista for somente gravada, transcreva no computador as falas dos entrevistados;entregue todas as entrevistas digitadas em um CD ou envie para a professora ou Coordenadora de Curso.
6.4- Se a entrevista for filmada, apenas entregue à professora uma cópia do filme para ser veiculado depois na exposição ou na internet.
6.5- As perguntas e respostas , se forem anotadas ou gravadas, devem aparecer no texto escrito em forma de diálogo, veja abaixo:
Entrevistador:
Entrevistado:
6.6- Pergunte ao informante se ele aceita contribuir com uma pesquisa da Escola Caetano de Campos da Aclimação.
6.7-Se ele aceitar, pergunte se ele não se importa de fornecer o seu nome completo. Em caso afirmativo você utiliza o nome completo na resposta da primeira pergunta e somente a forma Sr. ou Srª(primeiro nome da pessoa)nas demais perguntas.
6.8-No final da entrevista, agradeça a gentileza da contribuição e deseje-lhe uma boa tarde, manhã...
6.9-Perguntas:
6.9.1- Qual é a sua profissão?
6.9.2- O Senhor/a Senhora? Você já leu o livro romântico “Memórias de um Sargento de Milícias”? Em caso positivo,prossiga com a pergunta abaixo.
6.9.3- O que o senhor/a senhora/você tem a nos dizer a respeito desse livro?
6.9.4- GRUPOS -
6.9.4.1- Alana, Priscila,Paulo, Raquel, Felipe Alves,
6.9.4.2- Fernando ,Gabriela,Phelipe, Letícia, Rodrigo, Rainner,Phelipe.
6.9.4.3-Mayra, Ana Paula, Suelen, Vanessa,Fabiana, Jéssica,Raiane
6.9.4.4-Natalia, Alezandra,Cesar, Murilo,luis, Rhuan,
6.9.4.5- Wendel, Kauã, Felipe Aragão, Bruno, Marcelo
7-Teatralização do livro (partes/ inteiro)
Classe: 2D
7.1-Verificar com Maria do Carmo se vocês poderão utilizar a adaptação que ela fez do livro.
7.2- Preparar o roteiro caso Maria do Carmo não consiga finalizar a sua adaptação.
7.2.1-Cronometrar o tempo das falas.
7.2.2-Não escrever frases longas,pois são difíceis de serem memorizadas.
7.2.3-Indicar antes ou depois das falas os passos dos personagens.
7.3- Preparar,conforme a cena uma música que represente o contexto das falas. Alegria, tristeza, dor, sofrimento, esperança.
7.4-Preparar o cenário. Imagens do Rio Antiga, dos bairros citados, objetos da época,fotos da época.
7.5- Preparar as roupas da época.
7.6- Encenar por parte e juntar como se fosse um filme.
7.7- Escolher várias pessoas para representar o mesmo personagem. Assim, haverá apenas a troca de pessoas, mas a roupa usada estabelecerá ao público que se trata do mesmo personagem.
7.8- Observar os costumes da época, maneira de falar, de se vestir, comer.
8- ATIVIDADES PARA TODAS AS SÉRIES:
Escolher pelo menos uma atividade das atividades abaixo e entregar para nota.
Número de participantes :quatro.
Data de entrega: 31/08/2010.
8.1- Compor uma música para ser tocada , deve representar o livro ou alguma situação do livro.
8.2 – Compor letra de música para ser cantada em qualquer ritmo e que contenha um tema do livro.
8.3-Escolher um trecho do livro e fazer uma paródia (imitação com tom crítico ou satírico que faça lembrar o livro sem mencioná-lo).
8.4-Escolher uma parte do livro e elaborar um paráfrase ( dizer as mesmas coisas com outras palavras).
8.5- Escolher um trecho do livro e transformá-lo em estilos diversos: clássico grego, clássico romano, trovadoresco, humanista, clássico do renascimento, quinhentista, barroco, do arcadismo, realista, naturalista, simbolista, parnasiano, pré-moderno, modernista, surreal, pós-moderno.
8.6-Quadros de pinturas que lembrem passagens do livro.
8.7-História em quadrinhos do livro.
8.8- Resenha crítica do livro.
8.9- Levantamento da fauna da época do livro comparada à atual.
8.10- Levantamento da flora da época comparada à atual.
8.11- Nº de habitantes no Rio , Brasil, Mundo na época e na atualidade.
8.12- Aspectos geográficos da época e da atualidade no Rio .
8.13- Os objetos, instrumentos, quadros, roupas, meios de transportes da época,esculturas,arquitetura no Rio .
8.14- Faça esculturas de personagens com reciclado,ou pedra de sabão,ou argila,ou durepox.
8.15-Monte um jogo em que contenha ações do livro.
8.16-Faça um levantamento de perguntas aplicadas em vestibulares a respeito do livro.
8.17-Encontre termos da oração em trechos do livro (sujeito,predicado,predicativo do sujeito,do objeto,objeto direto e indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial).
8.18- Encontre orações coordenadas e orações subordinadas.
8.19- Faça um levantamento das energias utilizadas na época da narrativa do livro e na atualidade no Rio.
8.20- Temas livres elaborados pelo leitor/aluno/outros professores/outras classes.
9- Referências
ALMEIDA, Manuel Antonio. Memórias de um Sargento de Milícias.
RESULTADOS
A partir do mês de agosto começaram a surgir alguns trabalhos com resultados da proposta do projeto. Eles serão inseridos neste blog ao longo do semestre.
1A
Bruna Aparecida de Jesus Papeschi
O romance se passa no início do século XIX. Em uma viagem de navio, Leonardo-Pataca conhece Maria-da-Hortaliça. Na viagem, os dois se apaixonam, por meio de uma pisadela e um beliscão e, chegando no Brasil, Maria descobre que está grávida e os dois vão morar juntos. Desse relacionamento nasce um filho: Leonardo. Porém, anos depois, Leonardo-Pataca descobre que Maria o está traindo. Eles brigam e Maria foge de casa com o capitão de um navio. Com a separação, Leonardo-Pataca sai de casa e leva seu filho para ser criado pelo padrinho. O padrinho de Leonardo era um barbeiro que queria que o mesmo fosse padre, mas o menino não tinha a menor vocação, ao contrário, ele era muito travesso. O tempo passa e Leonardo se torna um malandro carioca: não possuía emprego e ficava vadiando. Porém, a sua vida muda quando conhece Luisinha, sobrinha de D. Maria, uma amiga do padrinho. Ele se apaixona por Luisinha, porém tem um rival, José Manuel, que está interessado na herança da moça. Com a ajuda de sua madrinha, uma parteira, eles afastam José Manuel de Luisinha. O padrinho de Leonardo morre e ele tem que voltar a viver com o pai (acaba não se dando bem com sua nova madrasta e, após uma discussão, foge de casa). Leonardo vai viver com um amigo em uma casa bastante agitada e com muita gente. Acaba se apaixonando por Vidinha. Porém, esse namoro não agrada aos dois primos de Vidinha que têm intenções de se casar com ela. Para tirar Leonardo do caminho, eles vão até o major Vidigal, o chefe de polícia, e acusam Leonardo de vadiagem. Vidigal prende Leonardo quando ele, Vidinha, e seus dois primos saem para um passeio noturno. Mas, no caminho até a casa de guarda, ele consegue fugir. Mais tarde, Leonardo arruma um emprego na Ucharia Real. Dessa forma, Vidigal não poderia prendê-lo. Mas ele se envolve com a mulher do toma-largura e é demitido e preso. Enquanto isso, José Manuel e Luisinha se casam, porém ele a trata muito mal. Vidinha, com ciúmes de Leonardo, vai tomar satisfações com a mulher do "toma-largura". Mas, o que acaba acontecendo, é que o "toma-largura" se interessa por Vidinha. Enquanto isso, por saber muito sobre a vida marginal, Leonardo acaba virando policial . Porém, pelo seu gosto por travessuras, e muitas vezes pelo seu bom coração, acaba protegendo e ajudando os bandidos. Vidigal o prende. A comadre, em desespero, tenta de todas as formas conseguir a liberdade de Leonardo, mas não a obtém até conhecer Maria-Regalada, velho amor de Vidigal. Juntas, não só conseguem a libertação de Leonardo, como sua promoção a sargento e isso tudo vem em boa hora, já que com a morte de José Manuel, Luisinha, agora viúva, se casa com Leonardo (após se transferir para Sargento de Milícias) e tudo termina em um final feliz.
Resumo do livro: Memórias de um Sargento de Milícias
cap. 2 e 5
Ana Paula Oliveira
"Quando o menino nasceu atormentava a vizinhança com um choro sempre em oitava alta, era colérico, tinha ojeriza particular á madrinha,pra ela ele não podia encarar e era estranho até não poder mais.
Começou a andar e falar se tornou uma flagela,rasgava e quebrava tudo que vinha a sua mão.Ele tinha uma paixão decidida pelo chapéu armado que era de Leonardo,era além de traquinas,guloso e quando não traquinava,comia. Maria não perdoava-o, trazia-o bem maltratada uma região do corpo mas ele não se emendava e também era teimoso,as travessuras recomeçava e mal acabava nas dores das palmadas e, então foi assim que ele chegou aos setes anos.
Leonardo começava a se arrepender seriamente de tudo que ele tinha feito por ela e com ela mas ele,tinha razão,porque podemos dizer depressa e sem mais cerimônias, havia ele desde certo tempo concebido fundadas suspeitas de que ele era atraiçoado.E alguns meses atrás tinha notado que um certo sargento passava muitas vezes pela porta, e,colocava os olhares curiosos através das rotulas:uma ocasião, recolhendo -se,parecera que o vira encostado a janela.Depois,começou a estranhar que um colega seu o procurava em sua casa, pra tratar de negócios do ofício,sempre em horas desencontradas:mas isto também passou em breve, mas finalmente aconteceu por três ou quatro vezes se esbarrassem junto de casa com o capitão do navio em que tinha vindo de Lisboa, e isso lhe casou sérios cuidados.
A vista disto nada a duvidar:o pobre homem perdeu,como se costumava a dizer,as estribeiras, ficou cego de ciúme , Leonardo se lembrou da lembrança do amor que aumentou- lhe a dor da traição e também o ciúme e a raiva possuído transbordaram em socos a Maria,que depois de uma tentativa inútil de resistência desatou a correr,a chorar e a gritar; quando,esmorecida a raiva o Leonardo pode ver alguma coisa do que o ciúme.
CAPÍTULO 5
Vidigal é um homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão ele tinha o olhar sempre baixo, os movimentos lentos, e voz descansada e adocicada, mas apesar deste aspecto de mansidão, não se encontraria por certo homem apto para seu cargo, exército pelo modo que acabamos de indicar.
Uma companhia ordinariamente de granadeiros, às vezes, de outros soldados que ele escolhia nos corpos que havia na cidade armados todos de chibatadas,quem comandava era o major VIDIGAL, ele fazia toda ronda da cidade de noite. Não havia beco nem travessa, rua nem praça aonde ele não estivesse passado a sua sagacidade era percorrida e só o nome incutia grande terror em todos os que não tinham a consciência muito pura a respeito de falcatruas.
Os infelizes hesitaram um pouco, porém vendo que resistir seria inútil, começaram de novo as cerimônias,de que os soldados se riam, antevendo o talvez qual seria o resultado.Leonardo estava morrendo de vergonha, porque o VIDIGAL o conhecia.
Eles continuaram por tempos esquecidos, já estavam que não podiam se estafar,o Leonardo ajoelhado ao pé da fogueira, quase que se desfazia o suor. Afinal o major deu-se de satisfeito, mandando que parassem,e sem alterar disse aos soldados:
-Toca, granadeiros. "
O livro "Memórias de uma Sargento de Milícias" foi a única obra de Manuel Antônio de Almeida. Esse livro foi exposto por capítulos no jornal "Correio Mercantil".
O livro conta a vida de Leonardo, que vira um sargento de milícias no final da história, logo depois de ser libertado de um castigo o qual ele não merecia. O livro começa com Leonardo ainda pequeno, que era o capeta; quando vira adulto se apaixona pela filha de uma velha rica sendo que ela se casa com outro rapaz, mas ele morre e Leonardo é condenado a um castigo, graças a ajuda da velha rica ele é libertado e casa-se com a Luisinha que é filha da velha rica.
Memórias de uma Sargento de Milícias é um livro bem interessante, porque mistura romance com comédia, e se tornou uma das principais produções literárias do Brasil do século XIX.
Não nos atrai de imediato a mistura de romance e comédia, porque essa mistura não dá certo, e foi o que aconteceu com o livro de Manuel Antônio de Almeida. Tentando fazer que o livro contenha romance e comédia fez que ele acabasse não contendo romance e comédia. De modo que a obra se transformasse em uma coisa desinteressante.
Apesar de ser uma livro interessante para algumas pessoas e chatas para outras, é bom para se ler, porque é o tema do vestibular.
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Exercício 1: (UFPR 2009)Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, tem merecido atenção dos críticos literários há bem mais de um século. Identifique, entre os trechos de críticas literárias a seguir, quais se referem a essa obra.
A) 1, 2 e 3 apenas.
B) 2 e 4 apenas.
C) 1 e 4 apenas.
D) 2, 3 e 4 apenas.
E) 1, 2, 3 e 4.
A opinião de nosso grupo é que no livro Memórias de um Sargento de Milícias, o personagem principal não é héroi nem vilão, mas um malandro simpático que leva uma vida de pessoa comum. É um romance engraçado, impossível não rir continuamente das inúmeras peripécias da vida de Leonardo(personagem principal),desde seu nascimento até o momento em que se torna sargento de milícias e se casa com Luisinha.
AUTOR:ANTONIO MANUEL DE ALMEIDA
LIVRO:MEMÓRIA DE SARGENTO DE MELICIA
ESCRITOR, CRíTICO LITERÁRIO E JORNALISTA, MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA NASCEU A 17 DE NOVEMBRO DE 1831, NO RIO DE JANEIRO, NO BRASIL .
Nesse mesmo jornal ,entre 1852 e 1853 , sob a forma de folhetins ,púbica o seu único romance Memórias de um Sargento de Milícias , com o pseudônimo Um Brasileiro.
Em 1858 , foi Administrador da Tipografia Nacional , tendo como aprendiz Machado de Assis.
Em 1859, foi nomeado 2º Oficial da Secretaria da Fazenda e , em1861,desejou candidatar-se a Assembleia Provincial do Rio de Janeiro , dirigindo – se a Campos para as consultas eleitorais.
A 28 de Novembro de 1861,Manuel de Almeida faleceu,vitima do naufrágio do vapor Hermes que se dirigia para Campos , no Estado do Rio .O escritor e patrono da cadeira nº 28 da Academia Brasileira de Letras .
Fonte:WWW.pt.wikipedia.org/
2D
Maria Sabrina Pereira de Sá
Gabriele G. Zimmermann
Faça um levantamento de perguntas aplicadas em vestibulares a respeito do livro Memórias de um Sargento de Milícias.
1. (UFRS-RS) Leia o texto abaixo, extraído do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
“Desta vez porém Luizinha e Leonardo, não é dizer que vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas muito familiar e ingenuamente. E ingenuamente não sabemos se se poderá aplicar com razão ao Leonardo.”
Considere as afirmações abaixo sobre o comentário feito em relação à palavra ingenuamente na última frase do texto:
I. O narrador aponta para a ingenuidade da personagem frente à vida e às experiências desconhecidas do primeiro amor.
II. O narrador, por saber quem é Leonardo, põe em dúvida o caráter da personagem e as suas intenções.
III. O narrador acentua o tom irônico que caracteriza o romance.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
2. (UNESP) Os leitores estarão lembrados do que o compadre dissera quando estava a fazer castelos no ar a respeito do afilhado, e pensando em dar-lhe o mesmo ofício que exercia, isto é, daquele arranjei-me, cuja explicação prometemos dar. Vamos agora cumprir a promessa.
Se alguém perguntasse ao compadre por seus pais, por seus parentes, por seu nascimento, nada saberia responder, porque nada sabia a respeito. Tudo de que se recordava de sua história reduzia-se a bem pouco. Quando chegara à idade de dar acordo da vida achou-se em casa de um barbeiro que dele cuidava, porém que nunca lhe disse se era ou não seu pai ou seu parente, nem tampouco o motivo por que tratava da sua pessoa. Também nunca isso lhe dera cuidado, nem lhe veio a curiosidade de indagá-lo.
Esse homem ensinara-lhe o ofício, e por inaudito milagre também a ler e a escrever. Enquanto foi aprendiz passou em casa do seu... mestre, em falta de outro nome, uma vida que por um lado se parecia com a do fâmulo*, por outro com a do filho, por outro com a do agregado, e que afinal não era senão vida de enjeitado, que o leitor sem dúvida já adivinhou que ele o era. A troco disso dava-lhe o mestre sustento e morada, e pagava-se do que por ele tinha já feito.
_____________________
(*) fâmulo: empregado, criado
(Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)
A condição social de agregado, referida no excerto, caracteriza também a situação de:
a) Juliana, na casa de Jorge e Luísa (O primo Basílio).
b) D. Plácida, na casa de Quincas Borba (Memórias póstumas de Brás Cubas).
(C) Leonardo (filho), na casa de Tomás da Sé (Memórias de um sargento de milícias).
d) Joana, na casa de Jorge e Luísa (O primo Basílio).
e) José Manuel, na casa de D. Maria (Memórias de um sargento de milícias).
3. (FUVEST) O enterro saiu acompanhado pela gente da amizade: os escravos da casa fizeram uma algazarra tremenda. A vizinhança pôs-se toda à janela, e tudo foi analisado, desde as argolas e galões do caixão, até o número e qualidade dos convidados; e sobre cada um dos pontos apareceram três ou quatro opiniões diversas. (Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um sargento de milícias)
O trecho acima exemplifica uma das características fundamentais do romance que é:
a) o retrato fiel dos usos e costumes do Rio de Janeiro no segundo reinado.
b) o caráter mórbido dos personagens sempre envolvidos com a morte.
c) sentimentalismo comum aos romances escritos durante o Romantismo.
d) o destino comum do personagem picaresco: o seu encontro com a morte.
e) a descrição de fatos relacionados à cultura e ao comportamento popular.
4. 12. (FUVEST) Assinale a alternativa em que aparece fragmento que se refere ao protagonista deMemórias de um Sargento de Milícias.
a) "Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria;aborrecera-se porém do negócio e viera ao Brasil.Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado."
b) "Era o rei absoluto, o árbitro supremo de tudo que dizia respeito a esse ramo de administração: era o juiz que julgava e distribuía a pena."
c) "Quando passou de menino a rapaz, e chegou a saber barbear e sangrar sofrivelmente, foi obrigado a manter-se à sua custa."
d) "Era este um homem todo em proporções infinitesimais, baixinho, magrinho, de carinha estreita e chupada, excessivamente calvo, tinha pretensões de latinista."
e) "Digamos unicamente que durante todo este tempo o menino não desmentiu aquilo que anunciara desde que nasceu: atormentava a vizinhança."
5. (PUC-SP) Era a sobrinha de Dona Maria já muito desenvolvida, porém que, tendo perdido as graças de menina, ainda não tinha adquirido a beleza de moça: era alta, magra, pálida; andava com o queixo enterrado no peito, trazia as pálpebras sempre baixas, e olhava a furto; tinha os braços finos e compridos; o cabelo, cortado, dava-lhe apenas até o pescoço, e como andava mal penteada e trazia a cabeça sempre baixa, uma grande porção lhe caía sobre a testa e olhos, como uma viseira.
O trecho acima é do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Dele pode afirmar-se que:
a) confirma o padrão romântico da descrição da personagem feminina, representada nesta obra por Luisinha.
b) exemplifica a afirmação de que o referido romance estava em descompasso com os padrões e o tom do Romantismo.
c) não fere o estilo romântico de descrever e narrar, pois se justifica por seu caráter de transição da estética romântica para a realista.
d) justifica, dentro do Romantismo, a caracterização sempre idealizada do perfil feminino de suas personagens.
e) insere-se na estética romântica, apesar das características negativas da personagem, que fazem dela legítima representante da dialética da malandragem.
Priscila Harumi
8 – Atividades para todas as séries :
8.16-Faça um levantamento de perguntas aplicadas em vestibulares a respeito do livro.
Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida
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1. (FUVEST) Indique a alternativa que se refere corretamente ao protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:
6. (FUVEST) Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)
11. (FUVEST) Memórias de um Sargento de Milícias não apresenta a idealização e sentimentalismo comuns ao Romantismo. É uma obra excêntrica, bastante diferente das narrativas dessa escola literária.
16. (FUVEST) Indique a alternativa que se refere corretamente ao protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:
21. (FUVEST) Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dous peraltas sem emprego.E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria que… Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos.Vamos de um salto a 1822, data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal. (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)
26. (PUC-SP) Em Memórias de um sargento de milícias, considerado como um todo, há uma forte caracterização dos tipos populares entre os quais destaca-se a figura de Leonardo filho.
(1) A cigana
( ) Detesta Leonardo Filho.
(2) O Major Vidigal
( ) Desperta paixões em Leonardo pai e no mestre de rezas.
(3) A vizinha do barbeiro
( ) Adora demandas judiciais.
(4) O mestre de rezas
( ) É ridicularizado por Leonardo numa das estrepolias de sua infância.
(5) D. Maria
( ) É o único personagem histórico do livro.
A relação CORRETA é:
31. (FATEC) Leia o texto abaixo, para responder às questões de números 30 a 34.[...] Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda.Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos; e daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão, sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história.Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse dia função: os convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, que é, como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio, o Leonardo quis que a festa tivesse ares aristocráticos, e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi aceita a idéia, ainda que houvesse dificuldade em encontrarem-se pares. Afinal levantaram-se uma gorda e baixa matrona, mulher de um convidado; uma companheira desta, cuja figura era a mais completa antítese da sua; um colega do Leonardo, miudinho, pequenino, e com fumaças de gaiato, e o sacristão da Sé, sujeito alto, magro e com pretensões de elegante. O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria, acompanhava cada arcada com um guincho e um esperneio.Isto fez com que o compadre perdesse muitas vezes o compasso, e fosse obrigado a recomeçar outras tantas.(Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias.)
36. Assinale a alternativa em que se associam as palavras do trecho e os respectivos campos de significação, postos entre parênteses.
37. (UFLA) Considerando a narrativa de Memórias de um sargento de milícias, é INCORRETO afirmar que a obra
Respostas corretas
1-a 17-c 32-a
2-b 18-d 33-e
3-d 19-b 34-c
4-c 20-c 35-d
5-c 21-a 36-e
6-e 22-a 37-c
7-d 23-e
8-c 24-b
9-e 25-c
10-e 26-b
11-b 27-a
12-e 28-c
13-b 29-e
14-a 30-d
15-e 31-ler
16-e
2 E
Aline Santos
Angélica Barboza
Carlos Henrique
Paloma Patrícia
Memórias de um Sargento de Milícias
Mais do que um simples romance de costumes, Memórias de um sargento de Milícias é uma análise da sociedade carioca do começo do século XIX. Revela, com ironia e deboche, como ela se organizava entre a ordem e o “jeitinho”.
As desventuras de Leonardo se passam na época em que o Brasil era colônia de Portugal. Mais precisamente quando Dom João VI e a família real por aqui se instalaram, fugindo de Napoleão Bonaparte, que lutava contra os ingleses pela supremacia européia.Chegaram ao Rio de Janeiro em 1808.
A vinda da corte portuguesa teve enorme impacto na vida dos cariocas: muitos foram desalojados para dar lugar aos milhares de nobres que chegavam. Mas também houve benefícios: a cidade, então precária, foi pouco a pouco remodelada e modernizada.
No decorrer do século XIX, os negros, trabalhadores livres ou escravos, representavam mais da metade de habitantes do Rio de Janeiro. Além de tarefas domésticas, homens e mulheres realizavam pequenos serviços pelas ruas. È importante lembrar que tal liberdade dos negros era ambígua. A liberdade de um ex escravo podia ser revogada, por exemplo, por atitudes de desrespeito contra seu antigo senhor. Assim, ao lado da importante presença negra na sociedade, dando a ela traços essenciais de sua cultura, crescia também o preconceito e a discriminação, contra os quais se luta até hoje.
Na época em que se passa o romance, uma das principais comemorações religiosas do Rio de Janeiro era a festa do Divino Espírito Santo. Até os dias de hoje, em diversas partes do país, a festa continua acontecendo. A época de sua realização ocorre cerca de cinqüenta dias após a Páscoa.
De acordo com a região em que é realizada, a festa possui características próprias. Há aspectos comuns: o império (crianças vestidas de nobres e tratadas como tal); o levantamento e o derrubamento do mastro e a cantoria das caixeiras, mulheres que acompanham as cerimônias. Esta è uma festa para agradecer e pedir fartura; a abundante distribuição de comida é um dos pontos altos do festejo.
Assim como as festas religiosas, a música também fazia parte da vida dos cariocas do começo do séc.XIX, os personagens do romance atestam o argumento cantando modinhas, tocando fados e fandangos. No seu livro Viagem Pitoresca e História ao Brasil, o pintor francês Jean Baptiste Debret reproduz o seguinte comentário:
“O caráter da música brasileira deve sua melodia não somente à harmonia da língua nacional, mas ainda à imaginação tão sensível desse povo que nasceu músico”.
Leonardo inaugurava a tradição de malandros na literatura brasileira. Contando com a sorte e se aproveitando das oportunidades, ele trilha sua vida, na maior parte das vezes, burlando qualquer esfera da ordem principalmente aquelas representadas pelo Major Vidigal. A figura do malandro aparecerá daí para frente, em inúmeras obras literárias e também em sambas e outros tipos de canções populares.
Em Memórias de um sargento de milícias. O major Vidigal, chefe dos granadeiros é a figura responsável pela ordem geral da cidade. No Rio de Janeiro do séc.XIX, ”não havia beco nem travessa, rua nem praça, onde não se tivesse passado uma façanha do Senhor Major para pilhar um maroto ou dar caça a um vagabundo”. A figura do major descrita no romance existiu realmente. Miguel Nunes Vidigal viveu entre 1745 e 1843.
Para conseguir declarar o seu amor, os personagens deste livro são mestres
O Rio de Janeiro do começo do séc. XIX tinha semelhanças com o Rio de Janeiro atual?Memórias de um Sargento de Milícias revela algumas: a presença da música, da dança e das festas populares; a convivência com o habito do favor; o humor e a tragicidade, essa quase cômica.
- Introdução:
A obra conta as aventuras de Leonardo ou Leonardinho, filho ilegítimo dos portugueses Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça. Como os pais não desejassem criá-lo, Leonardo fica por conta de seu padrinho e de sua madrinha , após a separação dos seus progenitores.
Sempre metido em travessuras, desde cedo Leonardo mostra-se um grande malandro. Já moço, apaixona-se por Luisinha, mas põe o romance a perder quando se envolve com a mulata Vidinha. A primeira decide, então, casar-se com outro.
Tempos depois, Leonardo é preso pelo Major Vidigal, enfrenta diversos problemas, mas acaba sargento de milícias. Quando da viuvez de Luisinha, reaproxima-se da moça. Os dois casam-se e Leonardo é reabilitado.
· Capítulo 1
Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça embarcam para o Brasil. Entre pisadelas e beliscões os dois jovens portugueses enamoram-se, envolvem-se e, meses mais tarde, nasce Leonardinho, o protagonista do romance. É, estranhamente, um menino gordo e grande, apesar de ter nascido tão cedo. A parteira e o barbeiro são seus padrinhos de batismo.
· Capítulo 2
Leonardo Pataca descobre-se traído por Maria e surra a mulher. O amante que estava com ela desaparece. Leonardinho rasga uns documentos que o pai esquecera sobre a mesa. O pai dá-lhe um pontapé que o manda longe. O menino vai viver com o padrinho. Maria da Hortaliça já não se encontra com o marido, pois fugira para Portugal com o capitão de um navio.
· Capítulo 3
O padrinho protege Leonardo. A madrinha cobra energia do barbeiro. Acha que Leonardo precisa ser castigado, já que é levado demais. O padrinho quer o afilhado padre, pois anda apreensivo com o futuro do pequeno.
· Capítulo 4
Apaixonado por uma cigana que não o quer, Leonardo Pataca acaba preso, por recorrer a bruxarias, a fim de conquistá-la. Quem o prende é o Major Vidigal.
· Capítulo 5
O narrador fala de Vidigal, um homem temido e influente, apesar de parecer mole e lento. Ele é cruel com os que não trabalham e não tem piedade dos criminosos. Todos os que participavam da cerimônia de feitiçaria com Leonardo são chicoteados, para que dancem, até que não mais agüentem. Leonardo Pataca acaba na cadeia.
· Capítulo 6
A comadre consegue libertar Leonardo Pataca. Leonardinho dorme em um acampamento cigano depois de seguir a procissão.
· Capítulo 7
Fala da comadre, de seus momentos de esperteza e dos de inocência, da profissão de parteira, de suas benzedeiras, cochichos e rezas.
· Capítulo 8
A Comadre pedira a um tenente-coronel seu conhecido que conseguisse do rei algum benefício para Leonardo Pataca.
· Capítulo 9
Conta-se a história do padrinho, que se apossou das economias de um capitão, às portas da morte, ao invés de entregá-las à filha do falecido, conforme prometera. O dinheiro proporciona-lhe uma vida boa e confortável.
· Capítulo 10
Leonardo fora libertado, porque o tenente-coronel tinha um filho que seduzira Maria da Hortaliça em Portugal, deflorando-a e abandonando-a, em tempos passados, e ajudar Pataca foi uma forma de pagar pelo mal cometido pelo filho.
· Capítulo 11
Leonardinho não tem vocação para padre e é lerdo para aprender. O padrinho preocupa-se por ele. A vizinha briga com o petiz, que a imita. O padrinho, que já discutira com ela, por causa da desavença com o pequeno, diverte-se com a imitação feita.
· Capítulo 12
Na escola, Leonardinho é punido constantemente com a palmatória, pois só faz travessuras. Termina abandonando os estudos, depois de muito fugir da escola.
· Capítulo 13
Leonardinho fica amigo de um garoto que é coroinha e diz ao padrinho que também gostaria de servir na Igreja, como o outro. Em verdade, por ser malandro demais e não gostar dos estudos, o menino pretende encontrar um meio de fazer mais peraltices. Como o barbeiro tem vontade que o pequeno siga a carreira sacerdotal, imagina que será bom que ele comece a conviver no meio eclesiástico. Sabe que, apesar de tê-lo feito freqüentar a escola novamente, o afilhado não se empenha e vive fugindo das aulas.
Os meninos, que se tornaram amigos em uma das fugas de Leonardinho, vingam-se da vizinha com a qual o padrinho brigara, jogando fumaça de insenso em seu rosto e também lhe entornando um pouco de cera na mantilha que estava usando.
· Capítulo 14
A cigana com a qual Leonardo Pataca se havia envolvido é amante de um padre que exerce a função de mestre de cerimônias da Igreja da Sé. Ele deverá proferir o sermão, por ocasião de uma festa que ocorrerá na igreja
· Capítulo 15
Chico-Juca é contratado para comparecer a uma reunião festiva que ocorrerá na casa da cigana da qual Pataca gosta. É a forma que o pai de Leonardinho arranja para se vingar dela e do padre com o qual se envolvera. Não satisfeito com o que já programara, Pataca complementa sua vingança, avisando o Major Vidigal do que está ocorrendo. O padre vai parar na cadeia, para a satisfação de Leonardo.
· Capítulo 16
As coisas encaminham-se muito mal para o padre flagrado pelo Major. Arrependido e humilhado, ele toma a decisão de deixar a amante cigana. Mesmo desagradando a comadre, que tanto o ajudara, Leonardo Pataca retoma o relacionamento com a traidora e é recriminado por sua atitude. Chocada, a comadre o repreende.
· Capítulo 17
A gorda D. Maria simpatiza com Leonardinho. Ela aprecia demais as demandas ou ações judiciais. Quando acontece a procissão recebe o Compadre em sua casa, além do afilhado. Também estão lá a Comadre e a vizinha, que tem a saia pisada pelo pequeno peralta, enquanto todos falam a respeito das traquinagens que ele faz o tempo todo. Leonardinho rasga a saia da mulher e continua a centralizar o assunto da conversa, já que trocam idéias sobre seu futuro. Para a velha senhora dona da casa, em toda a sua bondade e amor pelos menos afortunados, o menino deve-se tornar um "procurador de causas", pois seria o melhor para ele.
· Capítulo 18
Mais velho, Leonardo Pataca se junta a Chiquinha, filha da Comadre, com quem acabará tendo uma filha. Quanto a Leonardinho, torna-se, segundo o narrador, um "vadio-mestre", um "vadio-tipo". Vão por água abaixo os planos feitos para ele pelo compadre, pois não se torna padre. Tão pouco segue os desejos da Comadre ou de Dona Maria. Sem trabalho, sem preocupações, leva a vida aventureira que lhe é tremendamente agradável.
Faz visitas a D. Maria, acompanhando o padrinho. A velha senhora vencera mais uma de suas demandas, tornando-se tutora de uma sobrinha órfã chamada Luisinha. A moça veio da roça e é uma pessoa desengonçada, alta e magricela. Sua herança havia sido de mil cruzados. Leonardinho tem dificuldade em controlar o riso quando a conhece, em um longo vestido de chita roxa, muito deselegante. E sempre se ri, quando se lembra dela. E sempre se lembra dela.
· Capítulo 19
Leonardinho e Luisinha aproximam-se gradativamente e o amor entre eles começa a brotar.
· Capítulo 20
Depois que acontece a Festa do Divino, o casal torna-se mais unido e íntimo, fortalecendo os sentimentos que nutrem um pelo outro.
· Capítulo 21
Visitando D. Maria, padrinho e afilhado vaiem diante do Sr. José Manuel, um velhaco de primeira, que adula a velha para conseguir chegar até Luisinha. Suas pretensões visam à herança que a moça deverá receber com a morte de D. Maria, já que será a única beneficiária da tutora.
· Capítulo 22
A Comadre une-se ao Compadre, a fim de traçarem seus planos para desarmar a tramóia de José Manuel e auxiliar o afilhado.
· Capítulo 23
Leonardinho já se apercebeu das intenções de José Manuel e sente vontade de cortar-lhe o pescoço com uma navalha do Compadre. Seu padrinho, entretanto, aconselha-o e procura acalmar-lhe os ciúmes. O rapaz, muito desajeitado, consegue se declarar a Luisinha, depois de idas e vindas bastante cômicas, tremores e dúvidas, risos nervosos e um extremo desgaste.
- Personagens:
· Leonardo ou Leonardinho - o anti-herói ou herói picaresco do romance, vadio, malandro, que adora fazer estripulias e criar problemas. Mulherengo, quase perde seu amor, por ser inconsciente. É criado pelo padrinho, já que os pais se separam e não têm paciência para lhe suportar as traquinagens. Chega a ser preso, torna-se granadeiro e Sargento de Milícias. Casa-se e torna-se assentado.
· Luisinha - moça com a qual Leonardo se casa. Em princípio é desengonçada e estranha, depois melhora. Casa-se com José Manuel, por influência da tia, arranjando um marido que só deseja seus bens. É órfã. Fica viúva e une-se a Leonardo.
· Vidinha - mulata jovem, bonita e animada, toca viola e canta modinhas. Cativo Leonardo, que vive em sua casa por algum tempo.
· O Compadre - barbeiro de profissão, cria Leonardo, protege-o e acaba deixando-lhe uma herança que surrupiou do comandante de um navio.
· A Comadre - defende e acompanha Leonardo em qualquer circunstância. Adora o afilhado.
· Dona Maria - doida por uma demanda judicial, ganha a guarda de Luisinha, quando ela perde os pais.
· José Manuel - salafrário e calculista casa-se com Luisinha por dinheiro e morre.
· Major Vidigal - militar que persegue Leonardo, até conseguir integrá-lo às forças milicianas. Calcado em uma figura real.
· Leonardo Pataca - pai de Leonardo acaba casado com Chiquinha, depois que abandona o filho com o compadre.
· Maria da Hortaliça - mãe do personagem, portuguesa, trai a Pataca e foge com outro para Portugal.
· Chiquinha - casa-se com Leonardo Pataca. É filha da Comadre
Nicoly Adriana Anicio
"É um romance de Manoel Antônio de Almeida. Foi publicado originalmente em folhetins no correio mercantil do Rio de Janeiro, entre 1852 e 1853, anonimamente. O livro foi publicado em 1954 e no lugar do autor constatava ”um brasileiro”.
“O romance retrata de modo picaresco a sociedade carioca; as festas, batizados, procissões. É o romance de costumes . A obra permaneceu como a mais adulta e envolvente da época. Devido a isso é considerado como romance pré frouxo, a linguagem descuidada e o final feliz.
Em vez doas salões aristocráticos e dos ambientes sofisticados, a ação de Memórias... se passa nas ruas e casebres do Rio de Janeiro do "tempo do rei"(D. João VI). A linguagem é coloquial, próxima da fala do povo, e teve grande aceitação entre o público. O romance retrata de modo picaresco a sociedade carioca; as festas, batizados, procissões. É o romance de costumes. A obra de Manuel Antônio de Almeida permaneceu como a mais adulta e envolvente da época. Devido a isso, é considerado como romance pré-realista, apresentando contudo vários pontos de contato com o Romantismo, como por exemplo o estilo frouxo, a linguagem descuidada e o final feliz.
O meirinho Leonardo Pataca - pai de Leonardo - conhece no navio Maria das Hortaliças. Maria, já no Brasil, é flagrada pelo marido com outro homem e foge para Portugal. Leonardinho é desprezado pelo pai e vai ser criado pelos padrinhos, o Barbeiro e a Parteira. Desde pequeno provou que não queria nada com preocupações na vida, era preguiçoso e desordeiro. A vida de Leonardo se dá na dimensão da malandragem Conhece Luisinha, moça que ele primeiro descreve como "sem graça" mas depois começa a gostar dela. Adolescente, foi viver com Vidinha e graças à sua malandragem foi preso e engajado como soldado de milícias. E tinha como chefe o terrível Major Vidigal. Ainda assim ele foi preso mais uma vez, mas contou com a sorte de ter uma senhora, ex-amante do Major Vidigal, para inteceder por ele. Além de ter sido solto, recebe uma promoção e passa a ser sargento de milícias. Por fim, ele se casa com a agora viúva Luisinha, rendendo-se ao ideal romântico (o primeiro amor).”
Minha opinião sobre o livro e seu autor:
Através do meu resumo do livro Memórias de um sargento de Milícias,consegui compreender o livro com base na época que ele foi escrito, o artigo simplificou perfeitamente o livro com bases históricas e fatos que levaram o autor a desenvolver o romance.
Pelo resumo retratei que a história apesar de ser um belo romance, não é igual a muitos livros românticos que retrata a história em sua época de publicação, o que expressa a visão de mundo marcada por traços idealizadores e sentimentalista, mas sim um estilo objetivo e realista.O que mais me chamou atenção, foi o autor ter desviado o final trágico geralmente mostrado no desfecho dos romances, por um final feliz.
Acho que o autor foi bem criativo em colocar dinamismo e ação em todo o decorrer da história, porém a achei que algumas partes da linguagem do texto desleixada. Conclui que este livro é um grande destaque e ocupa um ótimo lugar na literatura brasileira.
Bibliografia
http://www.vestibular.brasilescola.com/ “Memórias de uma sargento de Milícias”
http://www.detetivez.hpg.ig.com.br/literatura/resumo_livro/memorias_sargento.htm
Alex Silva N°03
Ana Lucia de Leone N°05
Luiz Felippe Torres N° 20
Rafael Rezende N° 32
Shesa Galan N° 34
Stefany Leone N° 35
Vitor Brunelli N° 37
Mariza Bonfim N° 43
Personagens do Livro “Memórias de Sargento de Milícias”
De Manoel Antonio de Almeida
Leonardo: Filho de Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça. É o personagem principal, o anti-herói do romance. Desde criança, metido em confusão: esperto, vadio, traquinas. Vive à custa do padrinho barbeiro e sob proteção da madrinha que o livra de muitas encrencas. Embora lhe falte à característica essencial que move o herói pícaro – a luta pela sobrevivência pode-se dizer que Leonardo representa muito bem o papel do astuto, do malandro. Sem se esforçar, Leonardo é sempre favorecido pela sorte e pelo arranjo dos amigos: sendo expulso de casa, no mesmo dia é acolhido por Tómas da Sé, perseguido e preso pelo Major Vidigal, além de alcançar a liberdade consegue uma nomeação como soldado e mais tarde como sargento, morrendo o padrinho, herda uma herança, morrendo José Manoel, herda o coração de Luisinha.
Leonardo Pataca: Imigrante Japonês, meirinho (oficial de justiça) meio ingênuo, sentimental, metido em desencontros amorosos. Sua primeira mulher, Maria da Hortaliça, foge para Portugal com uma amante. Seu segundo amor, uma cigana, também o abandona. Com Chiquinha, finalmente, encontra a felicidade, tendo com ela uma filha.
Maria da Hortaliça: Imigrante portuguesa, ex-quitandeira “das praças de Lisboa”, mãe de Leonardo, “saloia rechonchuda e bonita”, volúvel a ponto de levar os amantes para sua casa.
Comadre: Madrinha de Leonardo, baixa e gorda, bonachona e ingênua, vivia de oficio de parteira e era para Leonardo uma espécie de fada-madrinha, protegendo-o constantemente.
Compadre: Padrinho de Leonardo e seu protetor. Criou-se como se fosse seu próprio filho, fazendo vista grossa as estripulias do afilhado. Idealizou para Leonardo um futuro brilhante; no entanto nunca o repreendeu pela vadiagem (típico do “herói” do romance).
D. Maria: Tia e tutora de Luisinha. Era velha, gorda, bondosa e viciada em demandas judiciais.
Major Vidigal: Era o chefe dos granadeiros (a polícia da época). Homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão; tinha o olhar sempre baixo, os movimentos lentos, a voz descansada e adocicada. Entretanto, por ser enérgico, era a pessoa mais respeitada da região e por isso mesmo, a pessoa mais indicada para ocupar o cargo de chefe absoluto da policia. (Dava caça aos criminosos, prendia-os, julgava-os, e os distribuía as penas condenatórias, sem oposição e nem apelação.)
Luisinha: Sobrinha de D. Maria. Quando Leonardo a viu pela primeira vez, ela era magra, pálida, tímida, trazia a cabeça baixa e andava sempre mal penteada. Apesar desse retrato não idealizado, ela se constituiu no primeiro amor de Leonardo. Luisinha casa-se com José Manoel; morrendo este, se casa com Leonardo.
José Manoel: Magro, narigudo, de olhar vivo e penetrante, mais ou menos trinta e cinco anos. Destaca-se na história pela maledicência e pelas mentiras que freqüentemente contava. Casando com Luisinha, deixa-a enclausurada.
Vidinha: Era uma mulatinha de dezoito a vinte anos de idade, de altura regular, ombro largos, peito alteado, cintura fina e pés pequeninos, tinha os olhos muitos pretos e muito vivos, os lábios grossos e úmidos, os dentes claríssimos, a fala era um pouco descansada, doce e afinada. Também cantava modinhas e tocava violas. Quando Leonardo a viu cantando, ficou boquiaberto e irremediavelmente apaixonado esquecendo seu primeiro amor. É interessante notar a caracterização diferenciada dada a Vidinha e Luisinha pelo autor: a primeira é sedutora e a segunda, cabisbaixa e melancólica.
Maria Regalada: Tinha esse apelido por causa da sua continua alegria, ria-se de tudo demoradamente. Era a amante do Major Vidigal e conhecida de D. Maria. É através dela que Leonardo consegue se livrar das punições e transformar em SARGENTO DE MILICIAS.
Chiquinha: Filha de Comadre. Casa-se com Leonardo Pataca, dando-lhe uma filha. Como madrasta, desentendem-se constantemente com Leonardo filho, provocando a expulsão dele de casa pelo pai, que a ameaça armado de espadim.